Outro dia, parei diante de uma imagem que trazia uma velha fita K7. Aquela mesma que, por muitos anos, guardou minhas músicas favoritas. Foi impossível não sorrir ao lembrar do tempo em que rebobinar uma fita fazia parte da rotina. Um gesto simples, quase mecânico, mas que carregava algo poderoso: a pausa para sonhar.
Naquele tempo, o mundo parecia mais lento. Não porque tínhamos menos desafios, mas porque, de alguma forma, havia mais espaço para o encantamento. A música tinha sua hora, o silêncio também. Era o tempo da descoberta — de sons, de histórias, de sonhos. E, mesmo com tantas mudanças desde então, percebo que muito do que sou hoje se formou ali: na junção entre os gostos que cultivo e os sonhos que escolhi alimentar.
Sou apaixonado por leitura, por tudo que envolve o universo retrô e pelas lições de ficção científica — especialmente de Star Wars. E não é apenas um gosto estético. Essas referências me ajudaram a formar uma visão de mundo onde a coragem, a disciplina e a esperança são forças reais. Elas me lembram que, por trás de qualquer produtividade verdadeira, existe um propósito. E por trás de qualquer propósito, existe um sonho.
Com o tempo, entendi que qualidade de vida não se resume a uma rotina impecável ou um equilíbrio mecânico entre afazeres. É claro que cuidar do corpo, dormir bem e gerenciar o tempo são fundamentais. Mas qualidade de vida também é ter coragem para manter vivos os nossos encantamentos — mesmo quando a agenda aperta ou o mundo exige demais. É ter espaço mental para lembrar do que nos move.
É por isso que sigo buscando formas de integrar meus sonhos à minha rotina. Pedalar, ouvir música, escrever, observar o céu, revisitar um livro antigo ou apenas me permitir não fazer nada por alguns minutos. Porque sei que esses momentos, embora simples, têm o poder de me reconectar comigo mesmo. E é nessa conexão que mora a força para continuar construindo uma vida com mais presença e significado.
Se você também sente que a vida anda acelerada demais, talvez valha a pena rebobinar a própria história por um instante. Resgatar o que faz sentido, o que aquece, o que inspira. Porque no fim das contas, sonhar não é um luxo — é um ato de resistência e autocuidado.
E se isso tocar em você de alguma forma, te convido a continuar essa conversa comigo. Aqui no blog e também na minha newsletter Produtividade em Foco, no LinkedIn, onde compartilho conteúdos mensalmente sobre produtividade com propósito, saúde mental e qualidade de vida.
– Delano Oliveira Candido
